Futebol não se aprende na escola. O que parece óbvio, você tem que ser bom no pé e não na cabeça, mas isso não quer dizer que você possa ser um semi-analfabeto que mal saiba cantar o hino brasileiro, o que se torna bobeira se o cara souber fazer muitos gols.
Semana passada fiquei sabendo que um vizinho meu, 16/17 anos, foi para São Paulo tentar ser jogador de futebol, quando a mãe dele me falou isso (com um brilho de esperança nos olhos) a primeira coisa que me veio à cabeça foram os estudos. Notei que a tal esperança não era pelo sonho realizado e sim pelo dinheiro que se pode ganhar. Um montante que pessoas como eu e você que passam pelo menos 15 anos estudando não ganharíamos em um ano de trabalho duro. Salvo por sorte.
Semana passada fiquei sabendo que um vizinho meu, 16/17 anos, foi para São Paulo tentar ser jogador de futebol, quando a mãe dele me falou isso (com um brilho de esperança nos olhos) a primeira coisa que me veio à cabeça foram os estudos. Notei que a tal esperança não era pelo sonho realizado e sim pelo dinheiro que se pode ganhar. Um montante que pessoas como eu e você que passam pelo menos 15 anos estudando não ganharíamos em um ano de trabalho duro. Salvo por sorte.
O engraçado é que os mesmos jogadores que tem um vocabulário paupérrimo fazem campanhas de incentivo à leitura e não se envergonham de contar, como se fosse um mérito, que fugiam da escola para jogar com os colegas. Aí, você discordar alegando que não são todos que conseguem tamanha ascendência, claro, tem que ser bom mesmo, não estou discutindo isso, mas sim o fato de divulgar tais feitos alimentando e enchendo de esperanças quem já leva a vida com dificuldades, e, ainda, criando argumentos para que os “pequenos” não queiram estudar e dediquem-se somente ao sonho de ganhar somas vultosas sem precisar ficar sentado em um banco escolar e ter contatos com os livros.
O Brasil não é o país do futebol, do carnaval, da alegria ou coisa e tal, é o país dos contrastes onde pessoas que estudam ou trabalham arduamente não conseguem, muitas vezes, terem sucesso ou pagarem suas contas em dia. Onde as aparências são importantes. Onde o básico e tido como muito. Onde o fútil é engrandecido. Onde roubar vale a pena. Onde a imagem vale mais que o conteúdo.
2 comentários:
Adorei seu texto Amora. Não estou aqui pra puxar o saco de ninguém, mas é bom que se saiba que o São Paulo tem umas das melhores estruturas do Brasil na área de Infanto-juvenis.
Eles oferem e "forçam" que os garotos estudem em escola oferecida pelo próprio clube enquanto os mesmos estão sob seus cuidados.
Por outro lado tem que se dizer também que além das matérias curriculares, os meninos também são compelidos a aulas de culinária, corte e costura, bordados, decoração, maquiagem, figurino e coreografia, e me parece que até mantêm um grupo de teatro infantil...
:-J
concordo com vc. futebol não deveria ser a solução dos problemas dos jovens e sim um opção durante e depois dos estudos, como já ocorre em países mais ricos,como os Europeus e os EUA.
futebol aqui no Brasil é tratado como um meio de sair da pobreza. só q na realidade,pouquíssimos jovens conseguem de fato seguir carreira e fazer fortuna.o resto ou desiste ou joga em times pobres em troca de um mísero salário, ou tem q arrumar um segundo emprego. um cara que conheço, por exemplo ele desistiu dos estudos pra ser jogador de futebol.conseguiu se profissionalizar no time do Ceará, só q depois,começou a faltar os treinos e a gastar irresponsavelmente com bebida e prostitutas.resultado: ele foi desligado do time, é alcoolatra e vive na casa da mãe sendo sustentado por ela.
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